Luto na velhice: momento de empatia e cuidados
Falar sobre morte é difícil, mesmo que essa seja a única certeza na vida. E lidar com o luto na velhice é ainda mais complexo, pois existe a possibilidade de a pessoa idosa passar por múltiplas perdas em pouco tempo, além de enfrentar o sentimento de sua própria finitude.
É muito comum que a família tenha dúvidas sobre como lidar com o momento do luto na velhice, até porque, a morte afeta as pessoas de maneiras diferentes. Mas com idosos, é muito importante a família estar atenta a eles tanto no momento quanto depois, pois um luto não superado pode desencadear ou reforçar outros problemas, como a depressão.
Falar pode ser muito mais fácil do que fazer, no entanto, é possível ajudar a pessoa idosa a lidar de forma menos sofrida com o luto na velhice. Mas antes, vamos entender mais sobre o tema.
Luto na velhice não decorre apenas da morte
O próprio processo de envelhecimento já é um tanto assustador. Muitas vezes, é difícil a pessoa se “perceber velha” e, em alguns casos, essa identificação vem por meio de situações que podem causar tristeza. Coisas como o preconceito etário, a dificuldade para se manter ou se recolocar no mercado de trabalho, as limitações físicas e, sem dúvida, a admissão da proximidade da morte, são alguns indicadores de que a velhice está chegando.
É por isso que se fala que, com o avançar da idade, as pessoas idosas vivenciam não só as perdas reais – as mortes -, mas também passam por aquelas que chamamos de “perdas simbólicas”.
O que são as perdas simbólicas
As perdas simbólicas são inúmeras e em muitos âmbitos, como: perda do vigor físico e sexual, da aparência jovem e da memória; perda do trabalho e da fonte de renda; perda do convívio com amigos e dos eventos. Estas perdas, além do mais, podem ser vivenciadas concomitantemente.
Por isso, falar de luto na velhice é tão complexo. Ainda que a pessoa vá vivenciando as perdas simbólicas ao longo da vida, confrontar a própria finitude e as mortes e elaborar o luto tantas vezes, são situações dolorosas, cansativas e, nem sempre, bem superadas.
Não à toa, a depressão tem atingido fortemente as pessoas na terceira idade, acendendo um alerta: de que forma a família pode ajudar o idoso a vivenciar o luto de modo menos sofrido?
Essa é uma dúvida muito válida, tendo em vista que lidar com a morte é difícil em qualquer idade. Mas não tem outra forma: é preciso dar amor e estar ao lado da pessoa idosa, apenas se policiando para não ser uma ação invasiva.
Como a família pode ajudar a lidar com o luto na velhice
O papel da família é acolher e respeitar a dor que o idoso está sentindo. Muito mais do que criar artifícios para evitar que a pessoa idosa sofra, é preciso demonstrar que ela não está só. Também é necessário dar tempo para sua reorganização emocional, sempre com amor e empatia.
Abrir espaço para o diálogo é outro ponto destacado na psicogeriatria: falar sobre os sentimentos ajuda na elaboração do luto. E se a pessoa idosa for muito fechada, esse exercício se mostra ainda mais importante.
A família precisa estar atenta às mudanças comportamentais, tais como: isolamento, abandono dos cuidados com a higiene pessoal e aparência, afastamento dos amigos e das atividades diárias e perda ou ganho de peso, mas não se limitando a essas.
Esses sinais podem indicar que a pessoa não está lidando com o luto, portanto, as consequências podem ser mais severas, como o desenvolvimento da depressão, conforme já falamos anteriormente.
Não menos importante, há a possibilidade de contratar apoio profissional: psicólogos e psiquiatras especializados no tratamento de pessoas da terceira idade vão ajudar a ressignificar o luto.
E quando a rotina familiar não permite estar presente?
Ainda que seja importante estar ao lado da pessoa enlutada, nem sempre isso é possível. Para isso, você e sua família podem contar com o suporte dos guardiões de idosos.
Os cuidadores de idosos são a companhia que a pessoa idosa necessita quando a família não pode estar presente. Mais do que a presença, estes profissionais também podem amparar o idoso em suas atividades diárias, como higiene, alimentação, banho e até acompanhamento médico.
A grande vantagem de contar com um guardião de idosos é poder manter a rotina da pessoa enlutada em casa, um ambiente seguro e confortável, evitando um processo ainda mais doloroso, como o de se adaptar a um novo lar.
Apesar de ser um tema difícil, devemos estar preparados para o luto na velhice, para que ele não se torne um luto patológico. Você e sua família podem enfrentar esse momento com apoio e carinho dos profissionais da Cia Cuidadores. Entre em contato e agende uma conversa com nossos especialistas.