Idosos com Alzheimer? Antes de tudo, saiba que algo que acontece com muita frequência em pessoas que sofrem com o mal de Alzheimer é a mudança no comportamento, o que acaba trazendo muito sofrimento, angústia, frustração e muito estresse entre os familiares e cuidadores.

A princípio, esses sentimentos surgem em virtude de comportamentos difíceis que o idoso com Alzheimer tende a apresentar durante a
evolução da doença, trazendo um efeito arrasador no núcleo familiar.

Em outras palavras, não são apenas lapsos de memórias, são classificados como frequentes essas alterações comportamentais, como:

  • Agitação
  • Agressividade
  • Perambulação
  • Desinibição

Dessa forma, por vezes os idosos com Alzheimer essa doença pode passar a ter delírios como perseguição, situações de roubos ou até mesmo traídos por seus parceiros.

Dessa forma, vendo essas situações difíceis, a primeira coisa que muitas vezes vem à mente é tratar o idoso com tranquilizantes ou sedativos para melhorar, porém, isso reflete em dois grandes problemas:

  • Sedativos: no longo prazo, eles tendem a não serem muito eficazes.
  • Efeitos colaterais: essas medicações costumam trazer problemas como efeitos colaterais

Atualmente existem pesquisas que mostram que algumas medicações em pessoas com demência, parecem até mesmo aumentar a mortalidade e o risco de eventos cardiovasculares, como o AVC e também o infarto.

Dicas para cuidados de idosos com Alzheimer

Afinal, o que se pode fazer e quais medidas tomar para facilitar o convívio e os cuidados com os idosos que apresentam essas alterações comportamentais?

Acalmar a pessoa:

Procure tranquilizar o idoso que está agitado ou até mesmo agressivo. Ao mesmo tempo evite palavras duras, postura combativa e/ou defensiva. Isso não melhora, como também pode piorar a situação, tente se apresentar de maneira empática, tranquilizadora.

Frequentemente mantenha um olhar olho no olho utilizando um tom de voz amigável, calmo e procurando passar segurança,
evitando também falar frases como “por que você está fazendo isso?” ou “não faça isso”, isso mais uma vez pode acabar piorando
a situação.

Eventualmente é muito melhor dizer: “pai/mãe, sou eu, seu filho(a)”, “eu estou aqui para ajudar você”, “não precisa ter medo”,
“não precisa se preocupar”, “está tudo bem!”.

Evitar discussões e contra-argumentos: transmita segurança, mantendo a empatia e o cuidado com o tom das palavras.

Identificar as possíveis causas:

Muitas vezes um comportamento alterado de um idoso com Alzheimer (ou outras demências) pode estar acontecendo em virtude do efeito colateral de uma medicação nova, ou um delírio, ou a manifestação de uma infecção.

O comportamento por exemplo, agitado também pode ser causado pelo fato de o idoso estar com dor, como prisão de ventre, desidratação, desconfortos, pode ser que ele esteja com fome. Ou seja, muitas vezes o idoso com Alzheimer não consegue se expressar de maneira clara o que está sentindo.

Dessa forma ele se expressa sobre a forma de uma agitação ou uma agressividade. Por isso é muito importante
identificar algo que esteja contribuindo e causando aquele comportamento diferente.

Identifique a hora do acontecimento: é muito comum o idoso com essa doença apresentar os sintomas dessa alteração no
comportamento ao final da tarde, no início da noite. O que chamamos de “Sundowning”: inquietações que ocorrem ao entardecer.

Identificando essa ocasião, você pode deixar o ambiente mais calmo, bem iluminado, para que quando chegar a inquietação, você possua elementos que contribuem para resolver a situação.

A chegada de uma pessoa nova, bem como um novo cuidador de idoso, também pode contribuir para essas alterações.

Atenção aos gatilhos:

Remova o fator estimulador das situações de alteração no comportamento.

Como por exemplo, se o idoso se olha no espelho e não identifica que aquela figura que ele vê no reflexo não é ele mesmo, provavelmente isso irá gerar o gatilho dessa alteração, ele pode pensar que alguém está o vigiando ou planejando roubá-lo.

Nesse caso, em específico, é melhor remover esse gatilho, evitando que ele veja esse “desconhecido” pela casa, simplesmente removendo o espelho.

Sendo assim, se a fome é o gatilho, alimente-o, a sede, ofereça líquido. O barulho mais alto, evite-o. Se é a presença de dores, trate a dor. Como dito antes, remova os fatores que causam essa alteração no comportamento!

Mudar o foco:

Redirecione a atenção! Depois de identificar a causa, desvie a atenção do idoso daquilo que provoca o estresse e frustração. Faça-o “esquecer” daquilo que está o aborrecendo.

Então chame ele para caminhar, cozinhar, te ajudar com alguma coisa, enfim, inclua o idoso com Alzheimer em uma atividade que exija parte do tempo dele, tempo esse que antes estava causando as manifestações.

Se reestabeleça emocionalmente:

Passada por aquele conflito, desgastante e estressante, você precisa se reestabelecer e se acalmar. Seja como for, tire um tempo para si, se acalme da forma que achar melhor, respire fundo, desvie sua própria atenção.

Feito isso, volte mais calmo e tranquilo, inteiro para lidar com o que vier pela frente! Coloque em sua própria mente que esse comportamento difícil de lidar não é algo proposital do idoso, faz parte, aquilo é um sintoma, uma manifestação da doença!

Crie uma rotina:

Toda situação nova que fuja do habitual pode trazer ao idoso algum grau de desconforto, irritabilidade, impaciência e também desequilíbrio emocional.

Dessa forma, com a inserir uma rotina, você cria um padrão de eventos que ocorrem ao longo do dia do idoso, fazendo com que você identifique as manifestações com maior facilidade assim como também evita que elas ocorram.

Procure ajuda:

Conviver com idosos com Alzheimer que tem alterações no comportamento, durante o ano todo, todos os dias, é muito cansativo. Somos seres humanos, estamos sujeitos a erros e sofrimentos, é algo natural.

Por isso é importante procurar ajuda, divida suas angústias, não suporte tudo sozinho. Dessa forma, busque ajuda em outras famílias que enfrentam situações semelhantes, elas podem te gerar conselhos importantes para te auxiliar.

Procure se informar: existem associações de pessoas com Alzheimer, como a “ABRAZ”: Associação Brasileira de Alzheimer. Sites que trazem dicas interessantes e artigos em nosso blog como esse que você acabou de ler. Novamente, procure se informar.

Nós da Cia Cuidadores, estamos aqui para atender seja qual for a sua necessidade. Ficou com alguma dúvida ou quer mais informações? Entre em contato com a gente!